Inteligência Artificial no Judiciário: evento discute tecnologia no Direito Brasileiro

Inteligência artificial no Judiciário

Na semana passada, entre os dias 6 e 8 de junho, o Centro de Estudos Judiciários do Conselho da Justiça Federal (CEJ/CJF) realizou, na sede do órgão, em Brasília, o Encontro Nacional de Tecnologia da Informação da Justiça Federal – ENASTIC.JF 2018. O evento recebeu cerca de 300 participantes que integraram debates e compartilhamento de ideias sobre a modernização dos processos e gestão em Tecnologia da Informação (TI).

Soluções de inteligência artificial no Judiciário já estão disponíveis e foram debatidas no evento. Rogerio Schietti Cruz, ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), disse que o Direito é uma ciência que centraliza os acontecimentos da nossa sociedade.”Devemos ser capazes de encontrar soluções que deem vazão à alta demanda sem comprometer a qualidade”, avaliou.

A tecnologia no Direito

Plataformas de Big Data já estruturam os dados e analisam preditivas com base na identificação de padrões e fatores externos. Thiago Stabile, coordenador de Inovação da Softplan, empresa que desenvolve softwares de gestão, disse, em sua participação no evento, que “existem soluções que apresentam altíssimos índices de acerto”.

As soluções citadas por Stabile se referem a duas plataformas que já estão em uso nos escritórios de advocacia. Entre eles estão o SAJ Insights, que pode ser usado pelas instituições públicas da Justiça, e o Convex, utilizado por escritórios de advocacia e departamentos jurídicos de empresas com alta demanda de processos judiciais.

Outro exemplo de solução é o Assistente Digital do Magistrado. Esta tecnologia seleciona as partes importantes de um processo e sugere a melhor decisão ao magistrado, já com indicação de jurisprudências e leis. O trabalho que o robô exerce otimiza o tempo dos profissionais que ficam responsáveis apenas pela revisão da peça e pelos argumentos finais.

Para Stabile, o magistrado sempre será a peça fundamental, porque toda a estratégia intelectual é dele. “A máquina é que aprende os padrões de cada profissional e passa a trabalhar da forma com que o magistrado avalia ser mais assertiva”, explica.

Resultados comprovados

Um dos destaques do evento foi pesquisa da Singularity University. O estudo mostrou o desempenho de um grupo de advogados e de apenas um robô na mesma tarefa. Enquanto a inteligência artificial analisou os contratos selecionados em 26 segundos, os advogados levaram mais de duas horas para finalizar a atividade. Além disso, nível de acerto do robô foi o mais alto, atingindo os 90%.

Profissionais do Direito em risco?

Durante sua apresentação no evento, Marcos Florão, diretor de Inovação da Softplan, declarou que “obviamente, nenhum operador do Direito será substituído. Na prática, ele terá na tecnologia uma ajuda muito mais qualificada para apresentar resultados de excelência”.

 

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